Nasceu a 12 e Setembro de 1937, em Faro; viveu treze anos em Paris (1969/1982) onde foi professora na Université de la Sorbonne Nouvelle e defendeu a tese de doutoramento F. Pessoa et le drame symboliste – heritage et création (1975).
É, desde 1979, professora catedrática de literaturas comparadas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde orienta um mestrado e o Instituto de Estudos em torno do Modernismo.
Escreve poesia e contos desde sempre, sendo co-directora da revista de poesia de língua portuguesa Orion.
Também desde sempre se tem dedicado ao teatro: tem mais de vinte peças escritas, das quais bastantes representadas em Portugal e no estrangeiro, (algumas premiadas) mas apenas quatro publicadas e uma no prelo.
Consagra-se, desde 1965, à obra de Pessoa. Dirige, desde 1987, um grupo de investigadores que se dedica particularmente à obra inédita de Pessoa, de que tem publicado numerosos volumes.
Algumas das suas “encenações” de textos de Pessoa publicadas têm sido representadas em Portugal e no estrangeiro (nomeadamente Le Théâtre de L’Être, em Paris e Bruxelas, Le Privilége des Chemins, em Paris, no Festival d’Avignon e em Bruxelas e L’Heure du Diable, em Paris).
Tem obtido vários prémios, no domínio do conto, da poesia, do teatro e do ensaio, nomeadamente, para a poesia, o da Cidade de Lisboa, em 1988, e o prémio Eça de Queirós, em 1997; no domínio do ensaio o prémio Pen Club 1990 (ex-aequo) e o Grande Prémio de ensaio Unicer / Letras e Letras em 1989.
AGORA QUE MORRESTE MÃE
Agora que morreste Mãe
E só em mim te tenho
Sou mais que o meu tamanho
Porque sou tu também
Tuas mãos afagam as minhas mãos
De quem são estes gestos esta pele?
Nunca me deste irmãos
Só contigo reparto o meu farnel
De quotidianos fardos e alegrias
Breves e desta brasa em chaga
Que é a tua ausência nos meus dias
Órfãos mas sempre ao colo desta mágoa
De não te ter de te ter sido esquiva
De não te ter nunca aberto as portas
Do meu ser de nunca te ter dado vivas
O que hoje já só são carícias mortas
sábado, 6 de junho de 2009
TERESA RITA LOPES (1937)
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