Pseudónimo literário de José Maria dos Reis Pereira. Licenciado em Letras em Coimbra, ensinou durante mais de 30 anos, no Liceu de Portalegre. Foi um dos fundadores da revista Presença e o seu principal animador. Romancista, dramaturgo, ensaísta e critico, como poeta é que, todavia, primeiramente se impôs e mais larga audiência depois atingiu: não há hoje, talvez, poeta contemporâneo que usufrua de tanto prestígio junto do grande público (…)
(…) Com o livro de estreia – Poemas de Deus e do Diabo (1925) – apresentou José Régio quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade; a consciência da frustração de todo o amor humano; o orgulhoso recurso à solidão; a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante si mesmo (…)
(…) Com As Encruzilhadas de Deus (1936), é que José Régio atinge os momentos mais altos da sua poesia torrencial e reflexiva, ao mesmo tempo lírica e dramática (…)
Soneto de amor
Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma...Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.
Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.
E em duas bocas uma língua..., - unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.
Depois... - abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!
sábado, 6 de junho de 2009
JOSÉ RÉGIO (1901-1969)
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