Nasceu em Abrantes, 1897 e morreu no Rio de Janeiro em 1959. Publicou sucessivamente Trovas (1917), Cantigas de Saudade (1918) e Cantares (1919). Mas foi com o livro Canções (1921) que chamou sobre si a clamorosa atenção do público.
António Botto cujos inícios literários foram difíceis, chegou a gozar de larga audiência, como testemunham as sucessivas edições das suas obras.
Tendo desempenhado, na sua juventude em Angola, funções burocráticas de certa importância, dedicou-se depois inteiramente à sua obra e às edições dela. Em 1947 emigra para o Brasil, onde consta ter escrito um poema, “Fátima”, desconhecido em Portugal.
Em entrevista dada a um jornal brasileiro em 1956, quando hospitalizado, o poeta desmente o estado de indigência que lhe fora atribuído.
Em 16 de Março de 1959, aquele que fizera o voto de “morrer jovem e de rosas coroado” sucumbia esmagado por um automóvel .
Plataforma
Não põe corda no meu bloco
nem vem com teu carro chefe
Não dá ordem ao pessoal
Não traz lema nem divisa
que a gente não precisa
Que organizem nosso carnaval
Não sou candidato a nada,
meu negócio é madrugada
Mas meu coração não se conforma
O meu peito é do contra
e por isso mete bronca
Nesse samba plataforma.
Por um bloco
que derrube esse coreto
Por passistas à vontade,
Que não dancem o minueto
Por um bloco
sem bandeira ou fingimento
Que balance e abagunce
o desfile e o julgamento
Por um bloco que aumente o movimento
Que sacuda e arrebente
o cordão de isolamento.
sábado, 6 de junho de 2009
ANTÓNIO Tomás BOTTO (1897-1959)
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